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Pequi: macio, espinhento, afrodisíaco, fedorento e gostoso

03 de Jan de 2025 | 10:00h

Pequi: macio, espinhento, afrodisíaco, fedorento e gostoso Pequi, o rei do Cerrado Macio, espinhento, afrodisíaco e gostoso Cheiroso ou fedorento? Depende do roedor de pequi e das narinas atentas. O pequi é um fruto que ninguém tem sentimentos meia-tigela com ele. Ou adora ou detesta. "Ame-o ou deixe-o", se possível num prato à mão, defende os apreciadores. Quem não gosta reclama do cheiro, dos espinhos, da falta de educação à mesa, comendo com os dedos lambuzados daquele óleo amarelo avermelhado, brilhante. Em dezembro/janeiro, as ruas de Montes Claros e cidades do norte de Minas e Vale do Jequitinhonha são perfumadas, - pra nós que gostamos-. com o odor embriagante deste amarelão querido e adorado. É uma verdadeira denúncia da intimidade dos lares cheios de cadeados e muros altos. Até nos condomínios fechados o cheiro grita nos nossos narizes. No Vale do Jequitinhonha, as feiras são invadidas com os gritos: "Olha o pequi de Montsclaro". Metido a conhecedor, consumidor ferrenho, sem medo dos espinhos, questiono: "Não é de daqui perto mesmo, da Chapadão do Lamarão? Tá com pouca carne...". O vendedor arregala o olho e diz:"Deixa pra lá, Banu. Pequi daqui é tudo assim mesmo, magrim,magrim... Mas é gostoso, pode levar!" E lá vou eu com um saco de pequi, pensando nos carnudos de Lontra, no norte de Minas, terra do meu amigo Luis Carlos Gusmão, o Lunga, jornalista de sangue no olho. Ou nos de Japonvar, também no norte, a verdadeira capital mundial do pequi. Montes Claros ganha no marketing e no comércio da fruta do cerrado. Igualzinho Teófilo Otoni que vende as pedras preciosas do Vale do Jequitinhonha e leva a fama de solo produtor de belezas raras. O pequi exerce uma magia no povo do cerrado e da caatinga. Tem homem que acha que dá no couro roendo uma dúzia de caroços, como se @ frut@ milagros@ fizesse marcar 12 horas, num estalo. O pequi, segundo os livros escolares. O pequi, fruto do pequizeiro, é nativo do cerrado brasileiro. É muito utilizado na culinária da região Nordeste, Centro Oeste e norte de Minas Gerais. De sabor marcante e peculiar, o pequi é consumido cozido, puro ou misturado com arroz, frango, carne de sol. Da polpa pode se extrair também o azeite de pequi, um óleo usado para condimento e na fabricação de licores. Na língua indígena, pequi significa “casca espinhenta”. De cor verde, quando maduro, possui em seu interior um caroço revestido por uma polpa macia e amarela, a parte comestível.O consumo do pequi requer cuidado, em razão dos inúmeros e minúsculos espinhos encontrados debaixo da polpa. Assim, é indicado que se roa o caroço, lentamente, ao invés de mordê-lo. O pequi pertence à família das cariocáceas, pode ser encontrado em toda a região Centro Oeste (considerada a capital da fruta), nos estados de Rondônia, Minas Gerais, Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí, Bahia e Ceará, visto que somente em Goiás podem ser encontradas todas as espécies. A frutificação ocorre entre os meses de setembro e fevereiro. O pequi faz parte da culinária goiana há séculos, desde o início do século XVIII, nas antigas vilas de Meia Ponte (hoje Pirenópolis), e Vila Boa (cidade de Goiás). Por ser rico em óleo insaturado, vitaminas A, C e E; fósforo, potássio, magnésio e carotenóides; sua ingestão previne tumores, problemas cardiovasculares e evitam a formação de radicais livres. Informação importante: uma unidade de pequi (aproximadamente 50g) possui 40 calorias. Pequi, o rei do Cerrado, vaticina o violeiro, cantador e pesquisador da "Universidade da Natura", Téo Azevedo, de Alto Belo, em Bocaiúva, no norte de Minas. Via Blog do Banu


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